No passado dia 9 de Setembro de 2011 António Ribeiro Ferreira, publicou no Jornal i um editorial em que sugeria ser necessário e urgente partir a espinha aos sindicatos, como em tempos sugeriu Maldonado Gonelha em relação à CGTP, pois de acordo com tão preclaro plumitivo têm uma quota-parte de responsabilidade na bancarrota e julgam-se donos do país. Ontem, 14 de Setembro, o mesmo traste publicou um novo monte de lixo sob o título O coração e a razão social-democrata apostrofando a ideia de que os cidadãos e cidadãs deste país devem ter uma opinião e expressá-la livremente das mais variadas formas.
É muito preocupante que o director de um jornal que devia ser um apóstolo da cidadania e dos direitos dos cidadãos constitucionalmente protegidos, seja de facto um fascista, que defende actuações políticas que configuram a preparação dum golpe de Estado fascista, pois tal permitiria a mais extensa violência sobre os trabalhadores por parte das forças do grande capital, com total anulamento da Constituição de Abril. Foi assim que George Dimitrov definiu o fascismo no VII Congresso da Internacional Comunista: a ditadura terrorista do capital financeiro. E é isto que o grande capital gostaria que acontecesse: puderem continuar com as suas trafulhices fugindo ao justo escrutínio dos trabalhadores através dum vário leque de organizações, sejam elas sindicatos ou outras.
Os direitos constitucionais dos trabalhadores devem continuar a ser protegidos, pela vigilância organizado dos próprios. A democracia participativa tem de sair reforçada. E compete aos trabalhadores garantir por todos os meios constitucionalmente permitidos proteger estes direitos. E prosseguir a luta para garantir a reversão da espoliação de que estão a ser vítimas. É isso que preocupa a Direita e em especial a mais reaccionária: que a luta dos trabalhadores tenha sucesso e sejam obrigados a pagar os seus crimes económico-financeiros contra todos nós. E daí não seja estranho que apelem ao Golpe de Estado. É o que ARF sugere ontem (14 de Setembro) no seu editorial a propósito da luta dos gregos: Neste cenário dantesco, a Alemanha estuda a forma menos dolorosa de evitar a insolvência descontrolada da Grécia e já há quem admita que os militares podem sair dos quartéis para pôr alguma ordem no país. Apesar das juras de amor democráticas da União Europeia, imagina-se o alívio que tal solução causaria em Bruxelas e Berlim. Com a desordem nas ruas e a impotência das autoridades, as forças armadas apenas iriam repor as condições mínimas para o país voltar à normalidade democrática o mais depressa possível.
Seria de facto óptimo. Os trabalhadores ficavam a ver os patrões a tripudiarem sobre o orçamento, satisfazendo a sua gula natural e continuando a espoliá-los sem fim à vista, e a trabalhar ao ritmo do chicote como no Chile de Pinochet. E é também para impedir isto que no futuro próximo vamos manifestar na ruas a nossa vigilância organizada, que sendo democrática não é menos revolucionária.
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