sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Efemérides Inolvidáveis (III)

Cuba: Vivam 50 anos de Socialismo em construção!

No dia 1 de Janeiro de 1959 pelas 0.00 horas, unidades do Exército de Libertação Nacional de Cuba entraram em Havana. Puseram assim fim ao governo sinistro do ditador Fulgencio Batista, que governava Cuba e o seu povo com mão de ferro, ao serviço dos interesses mais sinistros do Imperialismo, incluindo os interesses mafiosos, torturando e assassinando os que ousavam opor-se-lhe. Batista viria a refugiar-se na ilha da Madeira, como manifestação especial de amizade do ditador fascista Salazar. Os grandes espíritos encontram-se sempre…

Havana era ao tempo um gigantesco prostíbulo, e os grandes interesses da Máfia (Cosa Nostra), negociavam-se às claras nos casinos e restaurantes possuídos por todos estes interesses. O filme de Francis Ford Coppolla, o Padrinho (parte II), conta-nos como essa foi a passagem do ano mais movimentada de todos os trastes americanos que tinham ido gozar o fim do ano a Havana, e tiveram que abandonar à pressa nos seus yachts e aviões, perseguidos pela ira do povo cubano, que às primeiras horas do novo ano se dedicou a escavacar os frutos da anterior ordem exploradora.

No dia 8 de Janeiro de 1959 o Comandante-em-Chefe do Exército de Libertação Nacional de Cuba, Fidel Castro, entrou em Havana, acompanhado dos restantes comandantes da Revolução, Raul Castro, Ernesto “Che” Guevara, Camilo Cienfuegos, Haydée Santamaria e outros. Cumpria-se assim o primeiro grande objectivo do Movimento de 26 de Julho, nomeado em honra da data de 1953 em que a luta tinha começado com o ataque ao Quartel Moncada. Após a tomada da Cidade de Santa Clara pelas colunas comandadas por “Che” nas vésperas do Ano Novo, previu-se que o fim da ditadura de Batista seria uma questão de dias, o que veio a acontecer.

Estamos assim nas comemorações de Ouro destes acontecimentos históricos para todo o Mundo. Goste-se ou não, a Revolução Cubana exerceu uma influência determinante nas nossas vidas, e vai continuar a exercê-la no futuro próximo e longínquo. À data da revolução a América Latina era o quinchoso (quintal das traseiras) do amigo USA, cujas riquezas ele explorava e delapidava a seu belo prazer, reduzindo à miséria os respectivos povos. Os 50 anos da Revolução Cubana são também o acordar duma América Latina cujos povos começam a assumir o seu destino, de cabeça levantada e numa posição vertical. Na verdade a Revolução Cubana permitiu o recuperar das acções revolucionárias da América Latina de Simão Bolívar, José Marti, Sandino e Tupak Amaru entre outros, que hoje têm expressão na revolução bolivariana na Venezuela, na Bolívia, na Nicarágua, no Equador, no Paraguai. Novos dirigentes emergiram: além dos comandantes da revolução cubana já assinalados, temos ainda entre muitos outros Daniel Ortega na Nicarágua, Evo Morales na Bolívia, Hugo Chavez na Venezuela, Rafael Correa no Equador, Fernando Lugo no Paraguai.

Mas o heroísmo de 50 anos da Revolução Cubana mostra-se através da sua própria História. O vizinho do Norte nunca perdoou aos Cubanos terem tomado em mãos o seu destino, e de pretenderem ser efectivamente livres e não um protectorado como Puerto Rico. A reforma agrária azedou a situação e o bloqueio foi sempre a palavra de ordem do Imperialismo. Nestes 50 anos as contradições inerentes ao campo imperialista permitiram que a Revolução Cubano encontrasse meios de o ultrapassar, nomeadamente a celerada Lei Helms-Burton, que viola descaradamente o direito internacional, e pretende impedir que empresas não-USA comerceiem com Cuba Socialista.

Muitas têm sido as agressões a Cuba nestes 50 anos. A mais notória para além da Lei Helms-Burton, uma agressão continuada, foi a invasão da ilha por agentes da CIA e e escumalha cubana, comandados pela Presidência dos USA, na Baia dos Porcos. Esta invasão foi destruída pelo povo cubano cujo destacamento na Baia foi aniquilado pelos invasores, mas cuja resistência heróica permitiu que todos os invasores fossem em seguida aprisionados. Mas Posado Casillas em actos de terrorismo ao serviço do Imperialismo destruiu aeronaves cubanas, e cinco cidadãos cubanos encontram-se nas prisões dos USA por terem tentado ajudar na luta contra o terrorismo.

A luta do povo cubano, dirigida pelo Partido Comunista de Cuba entretanto refundado, tem assim uma dimensão interna e externa, altamente inspiradora da vontade dos povos para atingirem a Revolução.

A dimensão interna é enorme, ao permitir que um país com recursos, mas sem meios, pois são-lhes negados pelo Imperialismo, possa aumentar o seu bem-estar, colectivo e de cada cidadão. São assim notórios os êxitos nas áreas da ciência, tecnologia, saúde, educação e desporto, em que Cuba está na vanguarda da civilização, e até faz chegar a sua influência a outros pontos da América Latina. Em Cuba não há crianças com fome, nem há analfabetos, sendo que a saúde é um bem universal.

No plano externo a ajudo internacionalista a Angola foi crucial para a estabilidade futura deste país, ex-colónia portuguesa, e para o fim do Apartheid na África do Sul, quando o corpo expedicionário cubano derrotou o exército invasor racista sul-africano na histórica batalha de Quito Canavale. Hoje as tarefas têm sido bem mais pacíficas, e Cuba perfila-se como uma força essencial à afirmação da América Latina perante um Mundo que o Imperialismo pretende global. ALBA e a adesão ao Grupo do Rio aí estão para o provar.

Terminaria esta homenagem recordando episódios da minha vida ligados a estes acontecimentos longínquos, mas tão perto de nós. Quando o Exercito de Libertação Nacional de Cuba entrou em Havana, e apesar de ter só 9 anos e 10 meses, fiquei cheio de emoção. Fidel Castro era o meu herói de menino, que eu não podia tornar público, e acabara de me dar uma grande alegria. Nessa altura pensei porque é que Fulgencio Batista tinha de ir gozar o sol da Madeira, quando podia ter sido despachado para a Florida por exemplo. Fidel Castro continua a ser uma das minhas referencias humanas, hoje entre outras, e gostaria de poder ainda dar-lhe um grande abraço. Foi para mim uma grande alegria ter feito parte da Comissão de Apoio à Venezuela Bolivariana, por saber como ele e eu a consideramos importante.

Cosmosophia Portucalensis saúda o heróico povo Cubano, os heróis e os Comandantes da Revolução, e em especial o Comandante-em-Chefe Camarada Fidel Castro, e o Presidente do Conselho de Estado e de Ministros, General do Exército Camarada Raul Castro, nestes 50 anos. Que o vosso futuro continue a ser tão frutuoso e inspirador da Revolução para os povos do Mundo, como o foi até agora.

Viva Cuba Livre!

Pátria, Socialismo ou Morte!

Venceremos!

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