Professores: a Luta Continua!
O encontro da Plataforma Sindical dos Professores com a Ministra da Educação, e a subsequente declaração desta de que as negociações estão encerradas, permitiu avaliar até aonde chega a irresponsabilidade política do Governo, representado por esta Ministra. Esta promove um conjunto de declarações que sendo hilariantes, não são menos irresponsáveis.
Na verdade a senhora ministra pretende manter um sistema de avaliação totalmente desacreditado, tal o número de erros técnicos que contém, quando com todo o bom senso deveria deixá-lo cair e tomar o projecto de avaliação submetido pelos sindicatos e com o largo apoio dos professores. Na verdade este desiderato é impossível de atingir, pois que o objectivo do Governo não é a melhoria do Sistema de Ensino, como desejam os sindicatos; não é um reforço da cidadania nas escolas, como pretendem os sindicatos; é antes transformar os docentes em comissários políticos do Governo, disponibilizando-se para cumprir todas as orientações por mais ofensivas que sejam da dignidade dos docentes e dos valores da Escola Pública.
Uma Escola Pública mais inclusiva dos cidadãos implica que as escolas têm de funcionar como colectivos empenhados de docentes, com confiança uns nos outros, e as medidas implementadas recentemente em sede de Estatuto da Carreira Docente, e as propostas pelo Governo em sede de avaliação a serem levadas às suas últimas consequências levariam a que esta avaliação nada tivesse a ver com a escola aonde os docentes se inserem, e a implementação desta no meio social adjacente mais ou menos problemático, mas com certeza diferente daquele que se desejaria para o regular funcionamento da Escola Pública.
Depois das afirmações hilariantes do Governo sobre o primado da aplicação das decisões políticas ao arrepio da sua qualidade técnica, e das implicações previsíveis num tecido tão fino como é o Sistema Educativo e o seu meio envolvente, só poderemos esperar o pior para o futuro. Realmente esta afirmação de que o Governo porque tem poder para isso vai aplicar medidas com erros técnicos crassos, não lembra ao diabo neste i
nício do Século XXI, e só um dinossáurio como o Dr. Mário Soares pode ver virtudes em tal actuação. E são particularmente graves as afirmações do Ministério na análise do documento de avaliação entregue pela Plataforma, que não abona nada de bom ao valor intelectual deste Ministério, pois que o documento entregue pelos Sindicatos é um documento de grande qualidade, que urge implementar o mais rapidamente possível.
Mas isto também significa que o que é importante para o Ministério, não sendo capaz de tornar os professores comissários políticos acéfalos, é partir a espinha à acção profissional colectiva dos professores, e deixá-los atomizados e incapazes de fazer o que quer que seja, à espera de serem declarados incompetentes, e em consequência vejam os seus salários a diminuir sempre. Assim se corta nos orçamentos da Educação. No fim de contas, apesar do colapso financeiro do sistema capitalista, o neo-liberalismo está moribundo, mas ainda não morreu e ainda mexe, e disso se têm de lembrar os professores. É por isso a luta tem de continuar com a mesma determinação até aqui demonstrada, e as organizações sindicais têm de estar à altura deste importante momento histórico, conduzindo a luta com determinação até à vitória final.
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