A Barragem do Tua e a luta para impedir a sua construção
Realizou-se no passado dia 25 de Julho na Casa Regional dos Transmontanos e Alto Durienses do Porto uma sessão de debate da problemática da construção da barragem prevista para a foz do rio Tua, promovida por esta Casa e pelo Movimento Cívico pela Linha do Tua. A sessão presidida pelo Presidente da Assembleia Municipal de Mirandela, Dr. José Manuel Pavão, contou com diversos oradores a seguir indicados: Gaspar Martins Pereira, Professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; José Manuel Lopes Cordeiro, Professor Universitário e Presidente da APPI – Associação Portuguesa para o Património Industrial e membro da Direcção do TICCIH – The Industrial Committee for the Conservation of the Industrial Heritage; Manuel Matos Fernandes, Professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto; Manuel Tão, Professor Universitário e Doutor em Economia de Transportes; Dra. Manuela Cunha, Dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” e Assessora do respectivo Grupo Parlamentar e; Viviana Rodrigues, Arquitecta Paisagista. Na assistência encontrava-se ainda uma deputada do Bloco de Esquerda, no meio de mais de 130 pessoas que acompanharam com grande interesse o debate, e intervieram quando tiveram essa possibilidade.
O debate caracterizou-se por uma grande identidade de pontos de vista sobre a necessidade de impedir a construção da barragem. Uma tal construção descaracterizará completamente o vale do Tua tal como o conhecemos hoje; destruirá a respectiva linha ferroviária, pois deixará de haver ligação por via reduzida à estação do Tua, e consequentemente à rede ferroviária nacional; permitirá uma grave destruição do património cultural das populações que hoje se revêem no vale e na linha do Tua; empobrecerá populações cujos rendimentos agrícolas desaparecerão devido às suas terras serem alagadas; e será feita ao arrepio da necessidade de valorizar a ferrovia face à rodovia, devido aos recentes acontecimentos associados ao disparo do preço do petróleo.
Na minha qualidade de vogal da direcção da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro estive presente no debate tendo intervindo no sentido do reforço das posições expressas, e.g. denunciando a monstruosidade de emparedar o Vale do Tua com uma barragem, que para todo o sempre impedirá a visão do vale a partir do Rio Douro, e da respectiva Linha, e manifestando o interesse de que um debate semelhante se realizasse em Lisboa, organizado pela Casa, em conjunção com o Movimento Cívico pela Linha do Tua.
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