O agravamento da situação na região do Cáucaso constitui mais uma manifestação da política aventureirista do Imperialismo, definida para esta região na sequência da implosão da União Soviética. O objectivo seria fechar o Mar Negro à frota da Federação Russa, e permitir que este Mar ficasse completamente na mão da NATO ou de países a si favoráveis, para reduzir a sua influência sobre o Mar Mediterrâneo.
Para conseguir este objectivo, e no processo de regressão ao Capitalismo que caracterizou a evolução dos países que saíram da antiga União Soviética, foram encorajados a tomar conta do poder políticos locais abaixo de qualquer classificação, extremamente favoráveis ao domínio imperialista nos seus países, e.g. na Geórgia. Assim os dirigentes imperialistas foram acariciando o ego deste bando de lacaios, prometendo-lhes benesses sem par, incluindo a adesão à NATO, desde que mantivessem em respeito a Federação Russa, para fragilizar o respectivo flanco sul. Na verdade esta Federação, tal como anteriormente a União Soviética, é considerada como um perigoso obstáculo à satisfação dos desejos de domínio global dos imperialistas, e a sua contenção passa pela limitação do acesso das respectivas esquadra ao Mediterrâneo via Mar Negro.
A existência no interior da Geórgia de minorias russas em duas repúblicas autónomas foi o rastilho que despoletou a desgraça. Num acto aventureiro e irresponsável o presidente georgiano Mikhail Saakashvili ordenou uma operação militar na Ossétia do Sul, a parte da Ossétia que fica no interior da Geórgia, numa clara violação dos direitos do povo russo maioritário nesse território, e que provocou 2000 mortos.
Esta acção que foi largamente encorajada pelas chancelarias ocidentais, não foi de facto aprovada por elas. O presidente georgiano tomando a nuvem por Juno, ou seja, tomando por reais as sugestões que lhe foram feitas de forma abundante, julgou que tinha o apoio das chancelarias imperialistas. Estas nem queriam acreditar no que tinha acontecido. Qualquer conflito com a Federação Russa é uma decisão estratégica. Ora não faz parte dos hábitos dos caciques imperialistas que os seus lacaios tomem decisões estratégicas. E assim depois da invasão russa, veio a desautorização do presidente georgiano, no fim de contas um comparsa menor no meio disto tudo, e cuja posição piorou quando os abkhases se revoltaram apoiados pela Federação Russa.
No meio disto tudo quem sofre são os povos georgiano, ossetino, e abkaz. Vêm agora as declarações com lágrimas de crocodilo lamentando que por esta acção desmiolada os georgianos tenham uma diminuição da linha de costa. Ora na verdade o que preocupa o imperialismo é a passagem de parte dessa linha de costa para o controle da Federação Russa, sendo isto contrário ao que eles pretendiam. De facto deveria ser a influência da Federação Russa que deveria diminuir sobre as costas do Mar Negro e não aumentar; e que o acesso ao Mediterrâneo da esquadra da Federação Russa mais limitado, em vez de aumentar.
São estas as consequências quando se apoiam verdadeiros zeros absolutos em política, atirando-os para orientarem os destinos dos Estados, como tem feito abundantemente em tempos recentes o imperialismo. O Presidente Mikhail Saakashvili tem de ser demitido porque é uma ameaça à paz e a segurança internacionais.
Entretanto outra é a postura dos povos que nada tem a ver com estas políticas. O Comité da Paz da Geórgia continua o seu esforço para esclarecer e impedir mais conflitos. E nos Jogos Olímpicos há manifestações públicas de amizade entre atletas russos e georgianos.
Muitos anos de bom relacionamento no seio da União Soviética, baseada no respeito mútuo sustentado pela política leninista das nacionalidades, não poderá ser agora posto em causa por lacaios do imperialismo, lunáticos e irresponsáveis.
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