Fábrica do Material de Guerra:
55 anos de Memória dum Tempo Doloroso
O dia 24 de Novembro de 1953 ficou marcado por uma grande tragédia. Na zona oriental de Lisboa, próximo do Poço do Bispo, a Fábrica do Meterial de Guerra era uma das muitas fábricas aonde existia trabalho para os muitos operários da região, e aonde eles eram selvaticamente explorados. Eram 2 horas da tarde quando uma violenta explosão destruiu parte significativa da fábrica e matou muitos dos seus operários. A onde de choque fez-se sentir naquela zona, chegando bastante longe, e partindo muitos vidros numa zona bastante alargada.
A zona Oriental de Lisboa era formada por um anel de fábricas que se estendia para alem da zona da Expo. A qualidade de vida dos operários era miserável, de tal forma que nesse tempo constituía almoço dum operário um litro de vinho e uma sandes com um naco de chouriço. Os níveis de alcoolismo eram desbragados. A luta operária obrigou a ditadura fascista a criar um quartel de cavalaria da Guarda Nacional Republicana na Rua Vale Formoso de Baixo, para reprimir as justas lutas dos operários. Ainda hoje lá se encontra.
E nessa tarde uma explosão lançou o luto e uma maior miséria nas famílias dos trabalhadores da zona. Nessa tarde os que sobreviveram puderam dar-se por muito felizes por não terem morrido, embora tivessem ficado em muito mau estado.
55 anos depois, o espaço da Fábrica do Material de Guerra já desactivada depois do 25 de Abril, transformou-se num lugar de Cultura, aonde se celebra a vida. Mas isso não pode fazer esquecer todos os operários que na tarde fatídica de 24 de Novembro de 1953 caíram para sempre, e das suas famílias que sobreviveram para lutar de forma dolorosa contra a miséria.
Sem comentários:
Enviar um comentário