quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Editorial I

O Regresso

2000px-Communist_star.svgEstávamos no ano de 1982, exactamente no dia 1 de Setembro, e eram 6 horas da tarde. Bati à porta do Hotel Victória, não muito longe do sítio aonde morava. Um camarada veio abrir, olhou para mim e eu comuniquei-lhe que me vinha filiar no Partido Comunista Português. Ele foi chamar uma camarada que apareceu de ficha de filiação em riste, e fui convidado a fornecer os dados que permitiam preenchê-la. Tendo terminado este tarefa, comunicou-me então que a questão iria ser apreciada e que seria contactado por um outro camarada para me integrar no colectivo partidário. Eu disse-lhe que esta minha decisão iria espantar muita gente, pois eu era conhecido como militante da União Democrática Popular, e tinha subscrito a sua formação. Nessa noite fui jantar com o Fernando Cabrita, um camarada e já um irmão, hoje com 50 anos de amizade, e comuniquei-lhe que me tinha filiado no PCP. Ele ficou muito contente. E passados duas semanas já fazia parte do grande colectivo que é o PCP.

Passados 29 anos as razões que me levaram a filiar no PCP são mais actuais do que em qualquer outro tempo anterior. Na verdade entre Agosto de 1979 e Agosto de 1982 fui membro do Corpo Académico do Departamento de Astronomia da Universidade de Manchester, Inglaterra, e era um militante da UDP muito desiludido com a actividade desta. Passei então a monitorizar a actividade do PCP à distância, e rapidamente concluí que só o PCP respondia de forma permanente e consistente às exigências da luta contra a política de Direita daquele tempo. Decidi então que como comunista assumido nada tinha a fazer na UDP, e daí decidi filiar-me no PCP assim que tivesse cumprido o meu contracto com a Universidade de Manchester e regressado a Portugal.
Passaram 29 anos, uma vida. E tendo permanecido fiel aos princípios do Marxismo-Leninismo e à justa luta da Classe Operária e de todos os trabalhadores, permaneço no PCP. Já vi muitos desistir, outros sair e bandear-se com os interesses dominantes. Eu fiquei como muitos outros que nunca traíram. E é este grande colectivo de projecto e proposta, com uma estratégia intransigente, que hoje está em melhores condições de lutar contra a política de Direita que hoje conspira para nos reduzir a todos à miséria, substituindo o direito à cidadania pela caridade pública assistencialista, para reforçar o domínio e a subserviência dos mais pobres pelos que tudo têm, para que uns quantos continuem a ter privilégios inaceitáveis e em vez de governar a res publica de todos ao serviço de todos, governam como se tudo lhes pertencesse, incluindo a nossa dignidade cidadã.
Festa do Avante ORP 2011Este blogspot, Cosmosophia Portucalensis, foi criado para ajudar à luta contra todas as formas de exploração. Em 30 de Julho a ultima Carta Escocesa dizia que voltaríamos mais tarde. Passaram dois anos e só agora estamos capazes de garantir um regresso sustentado, porque a vida nem sempre é fácil e muitos problemas pessoais o impediram. Mas a gravidade da situação política, interna e externa, obriga-nos a reactivar este espaço.
Para já concentremo-nos na Festa do Avante, na Atalaia, de 2 a 4 de Setembro. É forçoso que compareçamos nela, compremos a EP e assim contribuamos para reforçar o PCP e a sua disposição de luta. Na verdade não há festa como esta, porque lá é a cidade do Socialismo que o grande colectivo partidário comunista e português simula todos os anos; porque lá podemos equacionar as lutas necessárias a que estamos obrigados no futuro próximo; porque lá podemos confraternizar uns com os outros, trocarmos experiências de luta, reforçar o espírito de cooperação colectiva face ao espírito de competição individualista, e sonharmos o futuro que mais tarde ou mais cedo havemos de construir.
Entretanto estaremos atentos aos próximos desenvolvimentos da actividade política dos que pretendem salvar o Capitalismo à nossa custa, e prepararmo-nos para a luta consequente!!!

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