quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Reflexões Estratégicas Domésticas VIII

Jornal iÉ necessário partir a espinha a comentadores lacaios fascistas
No passado dia 9 de Setembro de 2011 António Ribeiro Ferreira, publicou no Jornal i um editorial em que sugeria ser necessário e urgente partir a espinha aos sindicatos, como em tempos sugeriu Maldonado Gonelha em relação à CGTP, pois de acordo com tão preclaro plumitivo têm uma quota-parte de responsabilidade na bancarrota e julgam-se donos do país. Ontem, 14 de Setembro, o mesmo traste publicou um novo monte de lixo sob o título O coração e a razão social-democrata apostrofando a ideia de que os cidadãos e cidadãs deste país devem ter uma opinião e expressá-la livremente das mais variadas formas.
É muito preocupante que o director de um jornal que devia ser um apóstolo da cidadania e dos direitos dos cidadãos constitucionalmente protegidos, seja de facto um fascista, que defende actuações políticas que configuram a preparação dum golpe de Estado fascista, pois tal permitiria a mais extensa violência sobre os trabalhadores por parte das forças do grande capital, com total anulamento da Constituição de Abril. Foi assim que George Dimitrov definiu o fascismo no VII Congresso da Internacional Comunista: a ditadura terrorista do capital financeiro. E é isto que o grande capital gostaria que acontecesse: puderem continuar com as suas trafulhices fugindo ao justo escrutínio dos trabalhadores através dum vário leque de organizações, sejam elas sindicatos ou outras.
p24foto2Vivemos em liberdade e assim queremos continuar. Os sindicatos são expressão da nossa solidariedade colectiva. E têm de continuar a expressar, em nome dos trabalhadores, o que pensam dos desmandos do grande capital que não têm pejo em delapidar o nosso dinheiro na economia de casino, e depois de nos roubarem vêm exigir ainda mais espoliação para cobrir o que delapidaram. A culpa da crise é do grande capital e não dos trabalhadoresMas a estupidez e o ódio aos trabalhadores de ARF é tal que não tem escrúpulos em escrever em 9 de Setembro esta verdadeira obscenidade: É claro que os senhores sindicalistas, como tal ou na qualidade de cidadãos, sempre com via verde para a comunicação social, podem opinar sobre as privatizações, as nacionalizações ou as nomeações de administradores. Mas apenas isso. O mesmo se diga na educação com os poderosos sindicatos e federações do sector. Os senhores falam sobre tudo. Currículos, preços de manuais escolares, escolha de directores para as escolas, extinção de direcções regionais, orçamentos de funcionamento dos estabelecimentos de ensino, número de professores contratados pelo Estado, horas de matemática e português, enfim, são uns verdadeiros tudólogos da educação com o professor Mário Nogueira, líder da maior federação sindical, até preocupado e indignado com a falta de papel higiénico nas escolas.  De acordo com ARF os sindicatos falam sobre tudo o que diz respeito à sua profissão. Mas perguntamos nós, não são eles os mais qualificados para tal? Quem vai decidir sobre estas matérias, políticos generalistas que não fazem a mínima ideia do que é o processo educativo? Ou vai continuar a política do quero posso e mando contra os professores e professoras deste desafortunado país, procurando que eles sejam cumpridores obedientes da formatação de consciências ao serviço do capitalismop23foto3, pervertendo a qualidade da nossa cidadania?
Os direitos constitucionais dos trabalhadores devem continuar a ser protegidos, pela vigilância organizado dos próprios. A democracia participativa tem de sair reforçada. E compete aos trabalhadores garantir por todos os meios constitucionalmente permitidos proteger estes direitos. E prosseguir a luta para garantir a reversão da espoliação de que estão a ser vítimas. É isso que preocupa a Direita e em especial a mais reaccionária: que a luta dos trabalhadores tenha sucesso e sejam obrigados a pagar os seus crimes económico-financeiros contra todos nós. E daí não seja estranho que apelem ao Golpe de Estado. É o que ARF sugere ontem (14 de Setembro) no seu editorial a propósito da luta dos gregos: Neste cenário dantesco, a Alemanha estuda a forma menos dolorosa de evitar a insolvência descontrolada da Grécia e já há quem admita que os militares podem sair dos quartéis para pôr alguma ordem no país. Apesar das juras de amor democráticas da União Europeia, imagina-se o alívio que tal solução causaria em Bruxelas e Berlim. Com a desordem nas ruas e a impotência das autoridades, as forças armadas apenas iriam repor as condições mínimas para o país voltar à normalidade democrática o mais depressa possível.
Seria de facto óptimo. Os trabalhadores ficavam a ver os patrões a tripudiarem sobre o orçamento, satisfazendo a sua gula natural e continuando a espoliá-los sem fim à vista, e a trabalhar ao ritmo do chicote como no Chile de Pinochet. E é também para impedir isto que no futuro próximo vamos manifestar na ruas a nossa vigilância organizada, que sendo democrática não é menos revolucionária.

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