sábado, 28 de março de 2009

O Adeus às Armas (IV)

Camarada Raquel: a Força dos Simples

Conheci a camarada Raquel quando comecei a frequentar o Centro do PCP Pedro Soares em Campo de Ourique em 2002. Era uma pessoa simples, uma verdadeira mulher do Povo. Embora com problemas de saúde estava sempre disponível para participar em todas as acções do Partido, fossem elas de protesto, de esclarecimento ou de trabalho militante. Quando havia quermesses no Vitória, era vê-la ajudando na venda, cheia de alegria. Nunca faltava aos almoços de confraternização que se fazem de vez em quando no centro Pedro Soares.

Quando eu estava em Lisboa, e eu e a minha companheira íamos para as acções do Partido de carro, pedia-me que a levasse connosco. E assim nos habituámos à Raquel: não era uma simples camarada, ou uma amiga chegada, era de facto uma pessoa de família. Disse um amigo nosso, também camarada, e também já com um estatuto de irmão, que mais importante que a família de sangue, era a família que nós escolhemos. E era essa a situação da Raquel connosco.

Com cerca de 80 anos a camarada Raquel deixou-nos. É com muitos milhares de camaradas abnegados e simples como a Raquel que continuamos todos os dias a construir o Partido Comunista Português, e a responder às urgentes necessidades de luta do Povo da nossa terra. Era sua vontade que sem desfalecimento continuássemos a lutar pelo fim da politica de direita, e que déssemos passos ousados no caminho do Socialismo. Mas esta é também afinal a vontade de todos os comunistas, e o seu esforço quotidiano. O exemplo da camarada Raquel está nos nossos corações, pois já sentimos todos a sua falta. Tentar cumprir a sua vontade é e será sempre uma prioridade da nossa actividade, tal como ela sempre o desejou.

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